Dê uma chance à série latino-americana ‘Bolívar’ na Netflix
Menos de um mês atrás decidi me aventurar a assistir a série Bolívar, uma produção original da Netflix em parceria com a Caracol Television S.A., da Colômbia. O enredo, fundamental em fatos históricos, flerta com os melodramas mexicanos, nos momentos em que parece não ter ritmo, mas, desenvolve diálogos inteligentíssimos nos diversos clímax da produção. Que, aliás, precisa de paciência: tem 60 episódios com quase uma hora cada. Apesar disso, é empolgante, afinal, eu a devorei em menos de um mês.
Da infância à morte, o retrato histórico, amoroso e político de Simón Bolívar estampado nas telinhas procura ser fiel ao que foi registrado ao longo dos últimos dois séculos. Por outro lado, é perceptível que, como qualquer outra série, permite-se licenças poéticas em nome da ficção. No mais, é uma importante fonte de conhecimento para nós latino-americanos que sequer conhecemos a importância deste personagem libertário. Bolívar é conhecido como o Libertador, porque esteve envolvido diretamente em guerras e batalhas que ajudaram a liberar alguns países do domínio espanhol, como Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela.
Mas, sendo ele venezuelano, da aristocracia caraquenha, por que razão a série foi filmada na Colômbia e na Espanha? Porque o ditador Nicolás Maduro não curtiu muito o jeito que Bolívar, herói da pátria, poderia ser retratado. Não importa: é possível perceber que a série mostra as diversas facetas do general que liderou a luta pela liberdade. Embora seja cansativa e repetitiva em alguns momentos, revela um Bolívar jovem, ideário, namorador, galante, ativo, atuante, visionário e respeitado, ao mesmo tempo que polêmico e, como qualquer herói, ignorado.
Um dos destaques é a importância que ganha a personagem Manuela Sáenz, que se converteu em amante de Bolívar e que, na realidade, foi muito mais que isso. Aliás, a vida dela é enredo à parte. Entretanto, vê-se a importância que essa figura teve na causa independentista e, depois, sobretudo na vida do Libertador, inclusive como uma luz racional em meio às agitações políticas. Foi ela quem o salvou da morte num atentado que sofreu em 1828. Por fim, Bolívar morre de tuberculose e entra para a história da América Latina, uma história ainda pouco conhecida e que deveria sê-la mais.
Veja o trailer oficial: