sábado, 21 de setembro de 2024

Promessa da nova MPB, Tom Ribeira atualiza bossa nova e tropicália em composições autorais

No palco, um banquinho, um pedestal, um microfone e um violão. Mas, o grande protagonista mesmo é o timbre grave da voz firme do cantor e compositor Tom Ribeira. Artista que é artista não precisa de mais nada: nem de cenários, nem de pirotecnia. Em cena, um jovem de 22 anos que eu já considero um novo expoente da nova música popular brasileira (MPB). Mais que isso: é uma atualização das definições de bossa nova e tropicália. Talvez uma simbiose desses dois gêneros brasileiríssimos estampada em letras autorais com profundidade e inteligência.

Natural de Botucatu, o jovem interiorano herdou da família as mais lindas referências musicais, fugindo do sertanejo universitário que “contaminou” todo o interior brasileiro. De lá, foi a Paris, onde trocou música e traduções por trabalho e onde teve alguns dos encontros mais frutíferos, sejam pessoais, sejam profissionais. Apresentar-se em teatros históricos como La Cigale e Elysée Montmartre, ambos em Paris, abriu-lhe as portas para a estrada brasileira, que ele tem percorrido deixando carisma e queixos boquiabertos por onde passa.

Musicalmente, o cantor e compositor tem total controle sobre sua voz. Destila charme, carisma e timbres com direção certa. Tom sabe exatamente o que faz no palco e o que faz com sua voz. Tem exata noção do agudo que incomoda no retorno e onde alcança o grave de seus timbres. Mais que tudo, seu grave adentra pelos tímpanos e chega bem no coração das pessoas, extremamente encantadas com suas interpretações e suas canções autorais, algumas rapidamente aprendidas e ecoadas na voz do público. Boa parte delas estará no EP que Tom deve lançar no ano que vem.

Fã de Djavan e de Tom Zé, Tom Ribeira sabe aproveitar o que de melhor as gerações anteriores da MPB construíram de legado, adicionando uma pitada de contemporaneidade nas palavras e termos que utiliza para construir letras complexas, mas, repletas de significado e profundidade. Como compositor, traduz em palavras os encontros que teve em Paris, os sentimentos, amores e saudades.

Gratidão ao Okupa Eventos pelo convite para assistir ao show e pela oportunidade de entrevistá-lo. Veja a entrevista exclusiva e completa: