Nova geração de casais prefere celebrante de casamentos com cerimônias personalizadas
A realidade pós-pandemia impactou o setor de eventos e, de modo especial, trouxe novas realidades para o universo dos casamentos. As festas passaram a ser mais enxutas, o brasileiro está se casando mais tarde e potencializou-se a figura do celebrante social de casamentos. Mesmo assim, em 2022 o país registrou 970.041 casamentos, 4% a mais que no ano anterior e um pouco abaixo dos números pré-pandemia, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, afinal, quem é o celebrante de casamentos?
“Digo sempre que o celebrante é a pessoa que irá conduzir uma cerimônia personalizada, com base na história do casal, levando em conta todas as possibilidades e configurações familiares”, explica Fábio Luporini, celebrante de casamentos há dez anos, especialista em celebrações personalizadas. “O celebrante de casamentos não substitui o padre, o pastor nem o juiz de paz, mas se diferencia justamente na personalização com base da trajetória dos noivos”, diz.
Fábio Luporini observa que a nova geração de casais fez surgir uma demanda pelo celebrante social de casamentos, potencializada pela pandemia. “As pessoas estão se casando mais tarde e essa geração busca valores como mais conexão e sentido nas atividades que faz, incluindo o casamento. Então, o celebrante de casamentos tem a missão de conectar as histórias de quem está diante do altar, tornando ainda mais emocionante e até descontraída na medida certa”, ressalta o celebrante, que mora em Londrina, mas atua no Brasil inteiro, tendo celebrado em capitais como Curitiba e São Paulo, além de todo o interior do Paraná e de São Paulo e até na Itália.
Dados do IBGE mostram que, em 2022, a média de idade nos casamentos foi de 31,5 anos entre os homens e 29,1 entre as mulheres. Em 2010, essa idade era de 29,2 anos para eles e 26,5 anos para elas. “Claro que a pandemia afetou um pouco e acabou adiando alguns casamentos. Mas, de modo geral, as pessoas mudaram suas percepções sobre a vida, investindo mais em casamentos personalizados”, explica o especialista.
Casais de pandemia
Outro impacto é o de que muitos casais se conheceram durante a pandemia e já se casaram. “Por um lado, as pessoas estão se casando mais tarde. Mas, por outro, estão se casando mais rápido. A pandemia trouxe esse senso de urgência em viver e aproveitar as oportunidades e momentos”, avalia Fábio Luporini. De qualquer maneira, segundo o celebrante, o papel é diferente do padre, pastor ou juiz de paz. “O padre e o pastor, ou qualquer outro representante de qualquer outra religião, têm a autoridade religiosa, cujo objetivo é o sacramento ou a sacralidade. Já o juiz de paz representa a autoridade civil. E o celebrante vem ao encontro das necessidades personalizadas dos casais”, afirma.
Nesse caso, a pandemia também impactou, de certa forma, potencializando a preferência dos casais pelo celebrante de casamentos, já que é esse o profissional especialista em celebrações ao ar livre, por exemplo. “Muitas vezes o padre não celebra fora da Igreja e acaba ficando mais caro levar o juiz de paz fora do cartório. Então, o celebrante cumpre o papel de conduzir a cerimônia, com a vantagem de se basear na história do casal”, ressalta. Fábio Luporini explica que, para isso, marca uma reunião de alinhamento com o casal cerca de um mês e meio antes da cerimônia, para roteirizar a celebração e ouvir a história dos noivos.